terça-feira, 10 de junho de 2008

Maria Antónia - Tona para os manos - 10.6.1955

Querida Tona,

tinha quase três anos quando nasceste.
Não que me lembre , mas sei por ouvir contar, que poucos dias
depois de estares em casa, a Jesuína, a criada dos meninos, filha
da Ti Rosa da Fonte Boa da Brincosa, me proíbiu de entrar no
quarto da mãe, que estava contigo a descansar.
Não gostei da ideia e ao choro seguiram-se berros!
A pobre Jesuína, ela propria uma miúda de 15 ou 16 anos,
tendo esgotado todo o seu latim para me acalmar,
e não querendo desobedecer às ordens que lhe tinham sido
dadas, não viu melhor solução de que me pôr fora da janela
do 1º andar, agarrada por um braço e uma perna e dizer-me:
-"Ou a menina se cala, ou atiro-a da janela abaixo"!
Eu era pequena, mas não parva, pelo que me calei de imediato!
.
Tal foi o susto!!!!
Perdi a fala e tive que aprender a falar, palavra por palavra.

No verão de 1972 o susto foi tragédia !
Perdi-te e tive que aprender a falta que me fazes, dia após dia!
.




9 comentários:

Mário Simões disse...

Que saudade.
A última vez, as últimas vezes que a vi, porque era quase todos os dias, foi quando ia buscar a Lena à Lusitânia.
As saudades também são nossas, as memórias também, e são excelentes.

mafS disse...

:) Grande beijinho tia

E' engracado como tenho "memorias" de todos os tios qu ja partiram. A Avo tinha esta capacidade imensa de manter todos vivos nos nossos coracoes.

Um grande Beijinho e um xi(L) apertado******

mdsol disse...

Parabéns à Maria Antónia (nome bonito) e, já agora, à irmã da Mª Antónia!

:)

Jorge Pessoa e Silva disse...

Sei que não nos conhecemos, vim aqui parar por mero acaso. Ainda, assim, fiquei de tal forma comovido que resolvi pedir-lhe autorização: importa-se que chore um pouco consigo?

Maria P. disse...

Beijinho Mena.

Anónimo disse...

Olá sister

Tinha eu 12 anos quando partiu a Tona com a Maria João e o Zé.

Como irmã mais nova, tenho alguns episódios engraçados com ela.

Lembro-me de ser apanhada a mexer nos enormes pensos higiénicos dela, a experimentá-los como se fossem palmilhas (afinal eu era 5 anos mais nova e devia ter para aí 7 ou 8 anos, se não fosse menos.

E não sei se já te contei depois de as nossas irmãs partirem e durante alguns anos tive um sonho em que elas afinal não tinham morrido mas tinham ficado amnésicas e tinham-se perdido e um dia foram reconhecidas por alguém e voltaram para nós.

Talvez um dia nos voltemos a re-encontrar.

De qualquer modo, tal como a nossa mãe nos ensinou, elas continuam vivas e como sempre eu também me lembrei que a Tona camoniana - como lhe chamava o nosso irmão Francisco, fazia hoje anos, no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades!!!!!


Assim sendo. Parabéns mana Tona onde queres que estejas!!!!!!


Para ti mana Mena muitos beijos desta tua sister

Anónimo disse...

Oh Mena, como foi bom rever a Tona... ( eu não sou mana, mas para mim ela também sempre foi e será "a Tona"). Recordo-a como ela era, com uma alegria imensa, sempre pronta para a brincadeira.. no Licéu, na Nilo, nas festas.... Recordo-a, também, como uma boa amiga, sempre solidária. Enfim... ela é, e será sempre , uma boa recordação.
Quando "partiu" senti, pela primeira vez talvez, que há situações que nos deixam totalmente impotentes e, profundamente, tristes.
É curioso, não a consigo imaginar com 52 anos, para mim será sempre menina. Tinha a idade da Manecas, lembras-te? andavam sempre na mesma turma.
Um beijo muito grande para ti, Mena.

mena maya disse...

Mário,

tu és da família, pelo lado do coração!
E está tudo dito!
Beijocas para todos e que bons ventos acompanhem o vosso/nosso marujo Guilhas!


Mafinha,
és linda, minha querida!
E tens razão, a avó tinha esse dom de nos ensinar a amar, mesmo quem nunca conhecemos pessoalmente, pela maneira como falava deles...

mdsol
Obrigada!
Beijinho

jorge,
obrigada pelo consolo que leio nas suas palavras.

Maria p.
para ti um de volta!


Sis querida,
se nos fossemos por a contar todas as "maluquices" e coisas giras, precisávamos de uns largos tempos...

A Teresa francesa contou-me que um dia a Antónia foi para o liceu com um sapato de cada nação. Quando lhe perguntou porquê, ela disse que como já estava atrasada enfiou os pés nos que estavam mais perto da porta!
Um era dela o outro de qualquer um de nós!

A nossa mente às vezes arranja uns truques que nos ajudam a suportar melhor o insuportável!

Calculas a algazarra que vai ser se nos encontrarmos todos lá em cima?
Será que não nos pôem na rua???

Beijão cheio de amor

mena, minha amiga,
olha não sei se foi da emoção mas enganei-me nas contas...
Ela fazia 53!
Bons tempos os que passámos todas juntas, Os Unchotas, não era?
Ainda me perguntoàs vezes o que raio significa esse nome, e porque o escolhemos...
Ah e os alfinetes grandes!!!!

Um abração e que o tudo de bom para o micas!

Anónimo disse...

Sim, Mena eu sabia e também me enganei nos 52. A Manecas fará no próximo mês ( 6 de Julho) os seus 53.
Agora e só para falar um pouquinho dos Unchotas...Que dizer?
Penso que era o tempo em que os nomes não tinham que ter significado.
Tudo estava bem porque nós estávamos bem. Não sabíamos talvez, mas era o tempo dos liláses e das margaridas ( são as flores que eu mais gosto). Era o tempo da alegria e da esperança e nós eramos profundamente felizes e não sabíamos ( ou sabíamos?)

Todos os tempos têm a sua magia, para mim assim tem sido...

mas, minha amiga, aquele foi um tempo especial.
beijinho